domingo, 9 de março de 2008

Às vezes olho-me ao espelho e vejo uma completa estranha. Olho-a nos olhos e pergunto "Quem és?". Não responde. Nunca responde. Mas olha-me como se me conhecesse muito bem. Talvez demasiado bem... De vez em quando apodera-se de mim e escreve textos, frases ou simples palavras que me levam a pensar que é louca. Outras vezes faz-se poeta e grava em papel a alma da Natureza, das pessoas, do mundo. Depois pega em lápis de carvão e rabisca uns traços numa folha semi-usada: um coração partido. Mas a maior parte do tempo limita-se a espiar-me, a seguir-me na sombra e a observar todos os meus movimentos. Se pensar um bocadinho, somos muito parecidas. Ambas esquecidas pelo mundo, ambas presas à solidão, aos desenhos, às palavras... Sonhadoras e ao mesmo tempo realistas, infelizes mas com o esboço de um sorriso pregado na face.




Desabafos...
E hoje a esperança morreu. Desligaste a máquina que ainda a mantinha viva. (Ou terei sido eu que, num desejo sôfrego de acabar com a minha dor, o fiz?...) E com ela morreu tudo o que ainda restava. Se ainda gosto de ti? Sim, gosto. Muito. Um sentimento desses não acaba assim, de um dia para o outro. Leva tempo. Mais do que eu gostaria. Mas mais cedo ou mais tarde acaba por morrer. Mas isso não importa mais. A esperança já morreu. Agora, é só uma questão de tempo...
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Ainda te amo (L'

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